Para os deputados da base de oposição ao governo, ao querer acabar com a exigência do plebiscito, Eduardo Leite fere a democracia e não resolve o problema. “Não vejo solução no que o governador apresentou. Privatizar empresas não é a saída. É importante, sim, revisar os incentivos fiscais e reavaliar o seu custo-benefício. Que se cumpra a Constituição e que se faça o plebiscito para ver o que a população quer”, opinou o deputado Pepe Vargas (PT), em entrevista à TV Assembleia.
A previdência estadual e os planos de carreira também foram atacados pelo governador, que usou o “envelhecimento da população gaúcha” como argumento para justificar uma provável reforma, a exemplo do que fará o governo federal. Segundo ele, o déficit previdenciário do Rio Grande do Sul chegou a R$ 74 bilhões entre os anos de 2007 e 2018. “Estamos marcando reuniões com os sindicatos para construir soluções de reestruturação dos planos de carreira dos funcionários públicos estaduais”, afirmou.
Para Pepe Vargas, o envelhecimento da população deve ser visto de forma positiva e não como algo que prejudica as finanças do Estado e que, portanto, os direitos dos aposentados não devem ser retirados. “É preciso uma política de crescimento econômico aliada à distribuição de renda”, destacou.
Privatização do Banrisul
Leite não citou a possibilidade de privatização do Banrisul, mas ao solicitar a eliminação de plebiscito para a decisão sobre essa temática, abre caminho para a sua execução unilateral, sem ouvir a opinião da população. Soma-se a essa iniciativa a visita que o governador fez ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta segunda-feira, 4 de fevereiro.
Após a reunião, conforme noticiado na página oficial do Governo Estadual, “o governador afirmou que o estado possui todas as condições necessárias para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), considerado indispensável para o ajuste de contas do Rio Grande do Sul”.
Embora tenha prometido durante a campanha política que não venderia o Banrisul, tudo leva a crer que Leite não conseguirá cumprir a promessa, uma vez que a venda é uma das condições do governo federal para que o estado entre no acordo de ajuste fiscal com a União. “O Estado tem de dar claras demonstrações de comprometimento com o ajuste das contas. Se não tiver isso, não vai ter RRF, e o desajuste se mantém”, disse o governador na matéria publicada pela sua assessoria.
Comments