Não se pode dizer que a categoria bancária tenha se surpreendido com os termos da Medida Provisória 905, editada pelo governo Bolsonaro com o objetivo de atender aos interesses do mercado, retirando direitos e garantindo maior lucratividade aos patrões.
Também não é surpresa que, como é da natureza deste governo, a MP tenha sido construída por encomenda dos banqueiros, sem qualquer discussão com as representações dos trabalhadores, os principais alvos dos ataques do Ministério de Paulo Guedes.
Durante a última campanha eleitoral, o Sindicato, a Contraf e a CUT realizaram uma série de debates e publicações onde alertavam os trabalhadores para os riscos do projeto Bolsonaro/Guedes, que representava os interesses do capital financeiro e nenhum compromisso com a Soberania Nacional.
TRABALHO AOS SÁBADOS E A JORNADA DOS BANCÁRIOS
Como fora tentado quando da discussão da fracassada MP 881, são promovidas alterações na CLT e demais normas correlatas para ampliar e flexibilizar o trabalho aos finais de semana, permitindo ainda o não pagamento da hora dobrada em caso de trabalho aos domingos, desde que haja a compensação em outro dia.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) já se manifestou em nota contra a Medida Provisória 905, que, entre outros pontos, ataca especificamente direitos da categoria bancária, autorizando o trabalho aos finais de semana e feriados, o aumento da jornada e prevê que bancos e empresas possam alterar as regras da PLR sem negociação com os sindicatos. Além do MPT,a Anamatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e a ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho) também já divulgaram notas de repúdio à MP 905.
CCT: UMA CONQUISTA DA CATEGORIA
Contrariando o compromisso assumido com a categoria ao assinar a Convenção Coletiva de Trabalho – CCT 2018/2020, os bancos ameaçaram, em reunião realizada nesta quinta-feira, implementar imediatamente as medidas da MP 905.
Todos os bancários e bancárias sabem que a nossa Convenção não se trata de mera concessão dos banqueiros, mas sim é o resultado de inúmeras campanhas nacionais, algumas delas encerradas somente após semanas de greves, com a ampla participação e mobilização da categoria.
O momento exige que novamente nos organizemos para enfrentar as medidas do governo, a ganância e o desrespeito dos bancos, cujos balanços têm refletido o esforço e o trabalho dos bancários e bancárias, muitas vezes à custa da nossa saúde e da convivência com nossos familiares e amigos.
AUDIÊNCIA PÚBLICA PELA SOBERANIA E EM DEFESA DAS EMPRESAS PÚBLICAS
Nosso primeiro compromisso em defesa dos nossos direitos será nesta segunda-feira, dia 18, ás 18h00, na Alesc.
Com a presença de diversas categorias de trabalhadores e representantes da sociedade catarinense, iremos debater com os Parlamentares a importância fundamental das empresas e do serviço público para o desenvolvimento da economia regional e nacional.
Compareça e traga seus colegas.
ASSEMBLEIA DIA 20
A hora é de mobilização. E a história mostra que somos capazes de enfrentar mais esse desafio, pois sempre que nos unimos ampliamos e garantimos as nossas conquistas.
O Comando Nacional da categoria já informou aos bancos que não aceitaremos retrocessos e que toda a categoria está sendo chamada para a luta.
No próximo dia 20, O SEEB Florianópolis convoca todos os bancários e bancárias da base do sindicato para uma Assembleia geral, no auditório do Hotel Floph, no centro da cidade, às 18h00, para debater e definir nossa participação no próximo dia 21, Dia Nacional de Luta da categoria.
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